Vespa 400 no Salão de Paris (1956-1958)

maio 21, 2011


Há apenas três caminhos para algo com mais de duas rodas adentrar o universo das scooters: agregar um sidecar, um triciclo microcar ou, mais extraordinariamente, tornar uma Vespa um automóvel de quatro rodas. Eis que o mais que gentil antigomobilista Claude Fondeville, que já conheço faz anos por conta das miniaturas, veio me comentar de seu interesse especial pelo ítalo francês Vespa 400 e me presenteou com o material abaixo dos Salões de Paris de 1956 a 1958. Espera aí, francês?! Como assim?

Apesar de completamente desenvolvido pela Piaggio na Itália, o Vespa 400 acabou sendo produzido exclusivamente na França pela A.C.M.A. (Ateliers de Constructions de Motors et Accessoires), a fabricante local da Vespa. Conta a história que a FIAT ameaçou cortar o fornecimento de chapas de estampagem para a Piaggio, caso ela lançasse o Vespa 400 na Itália, um concorrente direto para a nascente segunda geração do FIAT 500. A saída para Pontedera foi então ceder a linha de produção integralmente para sua parceia francesa. Há registro de que na época menos de cem unidades de Vespa 400 foram licenciados na Itália.


O automóvel para dois adultos (e talvez uma ou duas crianças bem pequenas no banco de trás) tinha um motor 2T de dois cilindros cujo ruído não nega a origem. Com 14 hp e pesando 360 kg, o Vespa 400 era um autêntico microcar europeu da década de 1950, que chegava quase aos 90 km/h de velocidade final. Não foi um sucesso absoluto de vendas, mas as cerca de 26.000 unidades produzidas entre 1956 e 1961 lhe conferiram até a oportunidade de participar de ralis. As imagens que se seguem estão dispostas em ordem cronológica e são da série Automobilia de René Bellu (Editora Histoire & Collections), que apesenta ano a ano os automóveis dos Salões de Paris.











Bibliografia
BELLU, René. Automobilia Nº 5, Nº 8, Nº21. Paris: Histoire & Collections.
SARTI, Giorgio. 60 Years of The Vespa. St. Paul: Motorbooks, 2006.

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2 comentários

  1. Foi pena ter sido um carro tão condicionado no tempo em que foi lançado. É uma máquina interessante e uma ideia válida, mas não era o negócio Vespa, e a concorrência também não deixou crescer o projecto.

    Um abraço,
    Vasco

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  2. Se tivesse um perfil mais como um hatch convencional ou uma mini station-wagon teria feito mais sucesso, já que a curvatura do teto é o que limita demais o conforto no banco traseiro.

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