Visita à Lambretta D'Época

janeiro 29, 2012


Feriado municipal no Rio de Janeiro, não pensei duas vezes, tinha que sair da cidade e respirar outros ares. Dentro da programação entraram um dia e meio em São Paulo, metrópole onde pude abdicar de tudo o mais e optar por um mui agradável circuito 100% scooter clássica: hospedagem na R. Gen. Osório ao lado do Latorre e da Free Willy. A oportunidade perfeita para agendar uma visita à Lambretta D'Época, templo das impecáveis restaurações de Osmani Souza. As fotos a seguir não farão jus ao lugar, que além de oficina é uma coletânea de memorabilia de diferentes décadas e um belo estoque de peças como não se vê no Brasil; diversão garantida em cada detalhe.




Tive a grata notícia de que o meu amigo Anderson do blog Lambretta Brasil poderia nos encontrar por lá e de fato chegamos juntos a oficina. Nos receberam Osmani e sua esposa Andressa, casal muito simpático que me fez lembrar os portugueses Vasco e Rita, com aquela sensação boa de uma cumplicidade franca e amizade quase instantânea - minha gratidão às motonetas mais uma vez. Andressa e minha namorada Rafaela rapidamente emendaram num bom papo, o que liberou o clube do bolinha para falar interminavelmente de Lambretta e de Vespa, tarde especial que não vejo a hora de repetir. Nem notamos o dilúvio que acontecia do lado de fora.


Acima da esq. para a dir. somos Anderson, Osmani e eu, juntos a uma Cynthia que dentro de um par de meses deve fazer a alegria de algum sortudo lambrettista. Esmiuçamos livros, gavetinhas de peças, posteres de cinema, estantes com motores e muitas ferramentas. O anfitrião tirou de fato o dia para nos mostrar o que de bom havia por lá, e entre um canto e outro revelaram-se coisas interessantes, como por exemplo uma Vespa M3 pintada no autêntico verde metálico da Piaggio, que é citado hoje no verde Portofino das modernas Vespas LXV.



 
No arranjo das inúmeras coisas que há neste universo quase lúdico proposto pelo Osmani nota-se o senso estético e cultural que diferenciam o restaurador do mecânico. Aquele tempero a mais que transforma o objeto velho, que furtou-se ao descarte, no antigo cobiçado que preserva em si um pouco da História que então poderá ser passada adiante. É uma arte respeitável transformar o que já é vinagre em vinho de elevado paladar. Ofício que nem ouso invejar, só me resta aplaudir. De pé.

Oficina Lambretta D’Época
Rua Apediá, n° 23-B - Jaraguá
CEP 02995-130 - São Paulo - SP
+55 (11) 3946-5675
+55 (11) 8245-0365

[Foto: Leonardo Dueñas]

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4 comentários

  1. Grande Leo,

    Gostei da tua descrição e de, através dela e das imagens, ficar a conhecer esse templo Lambretta.
    Essa diferença entre o mecânico e o restaurador é interessante e faz sentido.

    É inegável que dá imenso jeito ser-se bom mecânico para se ser bom restaurador, mas nem sempre as duas características coincidem.

    Quem restaura tende a respeitar a alma e a história do objecto, sem prejuízo de continuar a dar-lhe uso.

    Esse cuidado e respeito pela preservação do passado estão muitas vezes ausentes do espírito do mecânico.

    Um abraço,
    Vasco

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  2. Leo,
    Parabéns por mais esta jornada, agora falta vc conhecer o Serra de Rio Grande, próxima jornada sua no RS te levarei para conehcer esta lenda viva do RS, oficina dele particular +- parecida com esta do Osmani. E cmo esta sua Lmbrt??? quase pronta.
    Abs do sul!
    Borba

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  3. Eu comprei uma Vespa. Eu tenho um amigo que mora no Tatuape e ele é um mecânico de motocicleta, em seguida, me ajudou com a restauração.

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