[La Rioja - Argentina] Hay Vespas!

fevereiro 07, 2011


Dando continuidade a cobertura da minha curta estadia em La Rioja - Argentina, já saturado de tanto ver Cubs, comecei minha busca por Vespas e Siambrettas (Lambrettas fabricadas pela Siam na Argentina). Minha tia tem por lá uma loja classificada como ferretería industrial, cujos principais produtos são rolamentos, retentores, correias, cruzetas e ferramentas. Seu negócio é frequentado por muitos mecânicos, assim comecei a perguntar aos funcionários se sabiam de alguém que trabalhasse com motonetas antigas. Para minha decepção não lembravam de ninguém em especial, mas gentilmente disseram que se aparecesse algo me avisariam.

Uns dias se passaram e chega correndo um dos muchachos que trabalham com a minha tia me avisando que um dos clientes da ferretería chegara com uma Vespa. Só lembrei de pegar a câmera e saí  em disparada pela calçada atrás do sujeito, que já havia partido, e consegui - já com toda a ampliação possível - fazer a imagem do topo da postagem. Fiquei frustrado num primeiro momento, mas logo notei que estava com a faca e o queijo na mão: havia de fato pelo menos uma Vespa em atividade na cidade e ela era justamente de um cliente da minha tia. Deixei todo mundo avisado que se o cara da Vespa aparecesse, que me avisassem e segurassem o vespista por lá até eu chegar.

De noite saí com familiares para uma volta pelo bairro de La Quebrada e numa esquina encontrei diante de uma oficina a Vespa abaixo, bastante semelhante as nossas M3 e M4. Confesso que não tive a curiosidade de observar no punho se ela era de três ou quatro marchas, uma vez que a lanterna traseira de um modelo muito posterior não daria dica alguma. Uma clássica provavelmente da década de 1950 me fez sentir que a minha sorte scooterística estava mudando.



Mais uns dias e recebi novamente o chamado: o cliente da Vespa laranja estava na loja. Aí sim tive o prazer de me apresentar e conversar com ele, o simpático Don Mereles, mecânico das redondezas. Me explicou que a small frame se tratava de uma Vespa 125 Primavera da primeira metade da década de 1980 e que era emprestada de um amigo. Disse também ter um cliente proprietário de uma Vespa do mesmo modelo na cor azul, mas não me deu maiores detalhes.





Em termos de Vespa a sorte me sorriu mais uma única vez quando encontrei diante de uma academia ali perto a tal azulzinha. Assim como a outra Primavera ela não tinha painel e recebeu uma lanterna traseira engembrada, além disso apresentava uma alteração na tampa do motor. De qualquer maneira vibrei em encontrar mais uma small frame, coisa muito rara no Brasil.




Já estava consciente que quem mandava na cidade eram as Cubs asiáticas e que Vespa era mosca branca por aquelas ruas, mas não ver nenhuma única Siambretta me revoltava, pois um par de décadas antes eram figurinha fácil. Me coloquei a perguntar só por elas e as respostas eram desanimadoras, do tratamento de relíquia, veículos que raramente saíam de suas garagens: "no veo Siambrettas, pero que las hay, las hay".

[Foto: Leonardo Dueñas]

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