[La Rioja - Argentina] O domínio das Cubs

janeiro 12, 2011


Quando visitava pelas décadas de 1980 e 1990 minha família paterna em La Rioja, a menor capital de província da Argentina, não era raro ver famílias inteiras rodando em cima de uma Siambretta 125 Standard de umas boas décadas de fumaça. Para minha decepção desta vez não as vi mais levando e trazendo o povo, substituídas pela febre em duas rodas do momento de crédito fácil, embora se vejam pelas ruas desta cidade automóveis obscenamente desgastados ainda em uso regular.




Não são scooters e nem motocicletas que fazem a cabeça dos riojanos, mas o seu híbrido meio termo, as Cubs. Há por lá uma diversidade de marcas locais que maquilam produtos chineses, bem como as familiares de nós brasileiros Honda Biz e Yamaha Crypton. Me pergunto se a opção pelas Cubs é mais ligada ao menor preço ou se há alguma razão prática que as favorece perante as outras categorias. Realmente as motocicletas são uma diminuta minoria neste local, mas há exceções curiosas como os clones chineses das Hondas DAX ST 70, ciclomotores e scooters CVT de avançada quilometragem.






Como La Rioja se situa num lugar plano e de clima seco, as duas rodas sempre tiveram apelo como um meio de transporte accessível, mas agora vejo que se deu um passo a frente em popularidade. Encontrei postos de gasolina que reservam um espaço específico para motos e também estacionamentos especializados em duas rodas. Há uma considerável quantidade de vagas nas ruas do centro dedicadas apenas a esta categoria de veículo, o que mostra que este pequeno centro urbano soube se adaptar à realidade presente, mas é também recorrente encontrar muitas motos sobre as calçadas.






Uma constatação interessante é o grande número de mulheres conduzindo, quase que empatando com o percentual de homens ao guidão. O fato triste é a completa irresponsabilidade com relação a segurança, uma vez que é bastante raro ver alguém pilotar usando capacete. Na realidade é comum observar um ou dois adultos levando mais duas e até três crianças - algumas delas bebês de colo - sobre uma única Cub; todos sin casco (nem fotografei isso tamanha é a minha revolta com esse desrespeito a vida). Posto por final a imagem de uma mulher dando um raro bom exemplo pelas ruas de La Rioja.


Mesmo ébrio de tantas tediosas Cubs não deixei de perguntar pelas scooters clássicas, será que elas apareceram?

[Foto: Leonardo Dueñas]

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5 comentários

  1. Olha ai os Blogs Brasileiros ao melhor estilo de correspondentes internacionais!

    Agora é o Leo em busca, pela Argentina, das scooters classicas.

    Belos registros!

    Abracos
    Anderson
    http://lambrettabrasil.blogspot.com/

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  2. Leo, gostei da tua crónica em terras argentinas.
    A Honda Cub é uma referência incontornável, um verdadeiro fenómeno e merecido.
    Reparei num pormenor numa das fotos na bomba de gasolina: "Fangio XXI" :) É a gasolina dos aceleras ?

    Abraço,
    Vasco

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  3. Anderson, como gostei muito da sua cobertura italiana não tive como não imitar. Agora fica o suspense para o próximo capítulo...

    Vasco, volta e meia me lembro de você enquanto me delicio pelas páginas do livro que me presenteou, um destaque no meu acervo scooterístico!

    Dentre as Cubs, a única que me seduz é a Honda Dream, em especial modelos não tão recentes como o da primeira foto. O farol retangular, marca registrada da Honda em sua expansão mundial na década de 1960, é ainda respaldado nesse design bastante elegante, sobretudo em vermelho e branco.

    Sobre a gasolina "Fangio XXI", sei que se trata da top das "super" dos postos YPF. Nada sei sobre o rendimento dela, imagino que deva ter uns octanos a mais para honrar o nobre nome que ostenta.

    Abraço,
    Leo

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  4. Nessas fotos aparece uma motoca com que fiz vários km´s e contribuiu para que a minha adolescência fosse mais feliz. A Yamaha Chapy :) Saudades...

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  5. As cubs fazem bastante sucesso nos países periféricos da Ásia e outras regiões menos desenvolvidas por serem projetadas essencialmente para atender a uma função utilitária. O próprio Soichiro Honda quando projetou a Cub original optou por aplicar uma embreagem automática prevendo que alguns condutores iriam usar a mão esquerda para apoiar melhor alguma carga ou transportar objetos como uma gaiola de passarinho.

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