EICMA 2012 - Todos os olhos para ela: Vespa 946
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Marcando presença num stand gigante na EICMA 2012, o salão de Milão referência mundial para as motos, a Piaggio apresentou três grandes lançamentos, mas os olhos do universo scooterista apontavam todos numa mesma direção: a maior novidade da clássica atemporal em muitos anos, a totalmente nova Vespa 946. Embora a sua versão conceito tenha sido apresentada no mesmo evento do ano passado, o que causou surpresa foi justamente a pouquíssima diferença para o modelo de produção, fidelidade que eu classificaria corajosamente italiana. O nosso correspondente Fernando Porto estava lá e registrou este vibrante momento.
A 946 abandonou de vez o utilitarismo pensado na capacidade de carga, abolindo baú e porta luvas, abraçando por completo a onda verde da otimização do consumo de combustível. Tenho sinceras dúvidas da viabilidade de se levar um garupa no selim exótico - que me remete à cabeça dos aliens de Independence Day. Acredito que o motor 125 cc de 4T e três válvulas seja o mesmo da LX 3V, para o qual se promete "rolamentos para todas as partes móveis", tecnologia que colocaria essa motorização na vanguarda entre as scooters, segundo a Piaggio. Felizmente a segurança não ficou de lado, ABS e controle de tração estão disponíveis, algo relevante para essa cilindrada.
O design pode chocar o olhar tradicionalista na primeira impressão [ocorreu comigo], mas lá está uma Vespa CVT de corpo e alma, com os ingredientes que a marcam desde seus primórdios na década de 1940: estrutura em monobloco de metal (só que mesclando partes em aço e em alumínio desta vez) e suspensão dianteira em monobraço. Uma feliz opção foi a de conceber um guidão futurista mas ao mesmo tempo esguio, ao invés dos bojudos dominantes em praticamente todas as scooters contemporâneas desta categoria, inclusive as próprias Vespas. Essa solução de design e outras como os retrovisores exigiram nobreza nos materiais, incorrendo no uso generoso do referido alumínio.
Embora o nome de batismo cite o ano da primeira Vespa de produção em
série, a 98 de 1946, seu desenho com barbatanas não nega a forte
inspiração no protótipo de 1945, a MP6. O escudo sem volume e a metade de trás enxuta, juntamente a lanterna circular, citam as Vespas de
mais de sessenta anos atrás; o retrô não está mais em alta, é regra de
sobrevivência. Polemizando um pouco - só para variar - o bagageiro traseiro cromado e o formato do local aonde se aloja o velocímetro digital lembram muito os das Lambrettas série 3, não concorda o caro leitor?
Os detalhes técnicos da motoneta disponíveis ainda são poucos, ao contrário de sua refinada linha de acessórios apresentada na EICMA 2012, que aprofundam a imagem de sofisticação da 946. Ao que tudo indica uma scooter concebida para ser um objeto de luxo justificado pelo avanço ecológico, se eventualmente chegar ao Brasil certamente custará algo próximo ao preço de um carro popular. Esses italianos sabem criar objetos do desejo sobre rodas e acertaram com muito brilho nesta nova Vespa, não há monotonia num detalhe sequer desta máquina.
[Imagens: Fernando Porto] [Video: http://www.vespa946.com/en/video.html]
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5 comentários
Leo,
ResponderExcluirJulgo que a monocoque é mesmo alumínio, e não aço prensado.
Pela minha parte continuo a achar uma jogada inteligente e arrojada da Piaggio.
A ideia não será vendê-la em massa, mas mesmo para quem não gosta do design, é inegável a sofisticação (materiais, desenho e soluções) e o avanço tecnológico. E esse é um dos papéis de um líder como a Piaggio, mostrar caminhos para o futuro. Não apenas idolatrar uma scooter que fizeram há 35 anos, por muito boa que seja - e é.
Já agora, obrigado ao teu correspondente pelas imagens, se são dele estão bem boas, fotografar em salões não é tão fácil como por vezes parece.
Abraço,
Vasco
Grande Vasco,
ResponderExcluirPertinente observação, imediata correção. No site oficial vespa946.com consta o uso misto de aço e alumínio no monobloco, veja só:
"Great ideas move the world. To remain faithful to them, therefore, is the only way to go far. That's just where the Vespa 946 went: it inherits from the original model a monocoque structure which, with the welded steel and aluminium body, in fact makes it more modern, light and aerodynamic."
Concordo contigo que, amante sou das motonetas clássicas com câmbio no punho, acabo carregando um pouco na crítica à Piaggio em dar pouca importância a PX. Rabugice da minha parte, mas o outro lado da moeda é surpreendente com o florescer da LML usando como base o mesmo produto.
As fotos são mesmo do Fernando Porto, meu amigo do peito que você e Rita conheceram juntamente com sua esposa na Gávea, aqui no Rio. Ele é filho de portugueses, está lembrado? A dica que o Fernando me deu foi a de usar sempre a última meia hora do evento para as principais fotos, pois reduz-se o alvoroço em torno das motos.
Fico na expectativa de ver-te no Offramp acelerando uma 946, nem que seja só para testá-la e transmitir aos amigos a experiência.
Abraço,
Leo
Leo,
ResponderExcluirPelo nome não estava a identificar, mas falando nesse encontro na Gávea já consigo situar-me. Um abraço daqui a esses Vespistas, e parabéns, mais uma vez, ao Fernando pelas imagens.
Quanto à possibilidade de testar uma 946 no Offramp, nada está previsto mas não há impossíveis :-)
Há uns rumores sobre preços em torno dos Eur.8.000 (!), quero acreditar que são exagerados. O meu palpite vai para um preço em linha com as GTV (à volta de Eur.5.500 aqui em Portugal). Mas é só especulação, não tenho nenhum dado concreto que aponte para esse número. Vamos ver.
Abraço,
Vasco
Leo,
ResponderExcluirFoi anunciado o preço em Inglaterra, para pré-encomendas: 7.270 libras, ou seja, qualquer coisa como Eur.8.970,21 (!)
O alumínio sai caro.
Vasco
Vasco,
ResponderExcluirMeu comentário no texto precisa de um ajuste então, pois no Brasil ela não custaria o preço de um automóvel popular, mas o de um médio.
O alumínio sai caríssimo.
Abraço,
Leo