Aviso aos cariocas: cuidado com a Operação Asfalto Liso

agosto 18, 2010


Ingenuamente eu meses atrás até quis adquirir alguns adesivos da campanha de apoio à Operação Asfalto Liso; ainda bem que não o fiz pois, como dizem alguns, ia "bater palma pra malandro dançar". Nem é preciso reafirmar a estupenda coincidência de o reiterado assunto do capeamento precário das vias cariocas só ter recebido atenção de nossos governantes as vésperas das eleições. Até porque asfalto em boas condições é item básico do cotidiano de qualquer metrópole que se preze no mundo, ainda mais para uma que tem agendados para os próximos anos dois mega eventos globais. Mas na cidade de São Sebastião - olhai por nós - do Rio de Janeiro, as coisas são um pouquinho diferentes...

Hoje ao me dirigir para a Rua Ceará, onde se encontram as duas únicas oficinas no Rio especializadas em Vespas, notei que o trabalho aguardado faz muitos anos como que por mágica estava sendo feito. Os galhardetes afixados em postes não nos deixam titubear: é a tal Operação Asfalto Liso [ou alguma variação  marqueteira com um nome semelhante]. Cuidado redobrado motociclista que presa por sua vida, quando menos se espera entra-se numa pista com faixas fresadas, que acumulam areia e ficam com ressaltos enormes para as já asfaltadas. Até aqui o leitor pode perfeitamente pensar por que este chato está já reclamando desta bênção tão aguardada para o nosso trânsito, afinal a fresagem é provisória, sinal de trabalho em andamento. É que o chato aqui recebeu hoje a parte que lhe cabe deste latifúndio, ou melhor, da Operação Asfalto Liso. E ela foi chão.

Ao retornar da Rua Ceará me encaminhei à Av. Pres. Vargas, a caminho do Túnel Santa Bárbara. Logo após passar pelo Viaduto dos Pracinhas, fui em direção à primeira agulha de onde se pode passar da pista central para a externa, em frente ao edifício dos Correios. Ela é em aclive e ao chegar ali me deparei com um  sulco no pavimento bordeado por um degrau de quase 10 cm. A rampinha da agulha não foi fresada e assim ficou desnivelada, mais alta do que a pista central da Av. Pres. Vargas. Se um vespista entra nessa agulha de frente, o desfecho pode ser feliz, mas num momento de trânsito intenso o mais comum é acessa-la obliquamente, seguindo a linha do meio fio. O resultado ao se tentar entrar assim é o tombo que levei hoje; as duas rodas ficam presas no degrau como um trem num trilho, e sem poder se desvencilhar o estabaco vem logo em seguida.

Por sorte eu estava bem a direita e o ônibus atrás de mim não vinha muito rápido. Além do tornozelo ralado [na hora eu usava calça jeans e meias grossas], só o meu orgulho foi também ferido, mas a PX200S pagou um preço mais alto. A minha querida Vespa ficou com o para lamas dianteiro bem feio, fora uns arranhões na tampa lateral direita.

Não sei se sou exigente demais, mas acho que faltou sinalização, especialmente para o risco eminente aos veículos de duas rodas. Assim acabei por ir pesquisar na internet sobre a referida operação e não foi surpresa a grande quantidade de reclamações sobre a baixíssima durabilidade do asfalto utilizado no recapeamento e dos desníveis para as diferentes tampas distribuídas em meio ao pavimento (bueiros, eletricidade etc), criando verdadeiras crateras em plena via renovada. Quem quiser se dar ao trabalho de pesquisar encontrará diversos  relatos em jornais, sites, blogs e até em redes sociais. Fiquemos de olhos bem  abertos, veja o meu exemplo!

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5 comentários

  1. Léo, rápidas melhoras ! Nunca é agradável cair, mas pela descrição podia ter sido bem pior.

    Aqui em Lisboa é igual, há zonas de piso inacreditável. E zonas de obras mal sinalizadas é frequentíssimo.

    Quando chegam as eleições também é hábito aparecerem umas melhorias tímidas. Com ou sem campanha associada.

    Um abraço,
    Vasco

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  2. Léo, espero que não seja nada de grave e melhores rápido.
    Aqui em SP também a coisa não tá pra duas rodas, é uma buraqueira a cada rua, precisamos prestar muita atenção, já escapei de vários acidentes por sorte.

    Abraço
    Ezio

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  3. Vasco - Me perdoe a ousadia, em mesmo sem conhecer a bela Lisboa, de afirmar que o asfalto péssimo do Rio está uns bons degraus abaixo do lisboeta. O calor somado ao excesso de velocidade dos ônibus o deforma em ondulações que chegam a até 20 cm de altura, e as pesadas chuvas abrem buracos que já chegaram a engolir motociclistas e suas motos por completo. Me dê o prazer da sua visita e lhe mostro o inacreditável... Graças a Deus quem levou a pior foi só a Vespa, estou 100% bem, obrigado pelo apoio!

    Ezio - Acho as vezes que faz falta a sagacidade de um motociclista experiente como você. Sempre adorei bicicleta, mas fui me habilitar como condutor de motocicleta aos 30 anos de idade. Uma tremenda ousadia para encarar a bestialidade do nosso trânsito. O duro é cogitar largar isso, pois é uma cachaça ruim de largar. O orgulho de ter levado chão vai custar a cicatrizar, mas passei de carro onde caí e na realidade além do degrau há uma pequena vala onde o asfalto novo não pegou; o resultado é de fato um encaixe perfeito pra roda da Vespa, de onde ela só sai caindo. E vamos em frente de olhos bem abertos.

    Abraço,
    Leo

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  4. Nesse site explica a utilização do Target pelos MODS, espero que te ajude.

    http://acena-agitosculturais.blogspot.com/

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  5. Obrigado pela dica anônima! Gostei bastante das informações e em especial do vídeo do The Who.

    Abraço,
    Leo

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