Capacete fechado: um bom argumento.
maio 08, 2010O ditado popular diz que uma imagem vale mais que mil palavras. Pois é, mas em se tratando de bons argumentos, números confiáveis podem ser a coisa mais convincente. Que tal então a ilustração acima em conjunto com o número de que 34,6% dos impactos na região da cabeça se localizam na área que não é protegida nos capacetes abertos? Isso mesmo, mais de um terço dos impactos deixam no asfalto o sorriso de quem acha exagero a proteção no queixo. Me dei ao trabalho de verificar a fonte, trata-se de um pesquisador da unidade de acidentes da Universidade Médica de Hannover, membro do conselho do IRCOBI - dá pra confiar.
Ao se pilotar scooters clássicas busca-se um visual nostálgico, uma sensação de praticidade/conforto ou até mesmo a afirmação de uma subcultura. Reconheço que um capacete fechado combina menos com esse estilo associado às motonetas, eu próprio pilotei a maior parte do tempo de capacete aberto, por pura ignorância, pois segurança deve sempre vir em primeiro lugar. Quem acha que isso é para os outros, que pergunte a alguém da área de saúde que tenha acesso aos acidentados de moto, é resposta padrão que muita gente arrebenta feio o maxilar. Os capacetes abertos replicam melhor o estilo retrô, mas representam uma época onde se tinha menor conhecimento sobre segurança e muitos pagaram com sua vida por isso. Estamos em 2010, o risco de ficar deformado ou de perder a vida não compensa!
Uma armadilha comum hoje em dia é o capacete escamoteável (tipo "Robocop"), que tem essa função basicamente para não se ter de tirar o capacete para falar entrando-se num estacionamento ou com o frentista durante o abastecimento. O que vejo na prática aqui no Rio é o uso generalizado dele em movimento como capacete aberto. Nas ruas ainda circulam também os ridículos capacetes do tipo "coquinho" de pouca espessura e que mal cobrem o topo da cabeça, já felizmente proibidos por lei, mas cuja fiscalização deixa muito a desejar. Lembro que a foto do meu perfil [esq.] é posada - vide minha mão direita -, onde o capacete é apenas um item histórico de coleção que não circula pelas ruas.
Meu caro amigo de longa data Fernando Porto, condutor experiente de scooters e de motocicletas, ofereceu o seu testemunho para esclarecer que mesmo ao se andar em motoneta - e a qualquer velocidade - o cuidado com segurança não é dispensável: "Como ficou o meu capacete após uma queda boba de scooter Suzuki Burgman AN125, em baixíssima velocidade na última curva antes de chegar em casa. Dá pra ter certeza que os profundos arranhões na viseira e queixeira do capacete [dir.] não ficariam nada bem no meu rosto".
1 comentários
capacete coquinho é coisa de policial usar em estádio de futebol, e olhe lá ainda...
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