O autor da foto é Rubens Makoto, que em viagem ao Japão em maio desse ano registrou em Tóquio o brilho noturno do cruzamento entre as avenidas Chuo Dori e Harumi Dori, no bairro de Ginza. Até onde sei ele não é entusiasta de Vespas, o que deixa mais interessante o fato de incidentalmente ter flagrado a PX verdinha, com o condutor quase que totalmente mimetizado no tráfego. Na terra natal das prestigiadas Honda, Yamaha, Kawasaki e Suzuki há um gostinho especial em ver rodar essa paixão universal filha de Pontedera.

Registro aqui meu agradecimento ao Fábio pela dica do tema do tópico anterior "A Vespa PX pode voltar a ser produzida pela Piaggio". Segundo ele a PX será o seu próximo passo em termos de Vespa; boa pedida, mas não desdenhe dessa sua cinquentinha que ela é o máximo!
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Quem tem aqui no Brasil uma Vespa PX 150 Originale do final dos anos 90 sabe que ela era fabricada pela LML na Índia sob licença da Piaggio. O tempo passou, a joint venture entre as empresas acabou e a indiana deu continuidade à linha da PX em voo solo. Com o encerramento da fabricação da Vespa PX por parte da Piaggio em meados de 2008, a LML sabiamente continuou a sua produção indiana tanto para o mercado doméstico como para a exportação, suprindo a demanda dos órfãos da motoneta original e de todos os novos entusiastas incentivados pela onda do culto ao visual vintage.
As PX da LML ganharam diferentes nomes e marcas pelo mundo: na Oceania é comercializada como Bella Donna; nos EUA é distribuída pela Genuine Scooters sob a alcunha de Stella; e na Europa é vendida em alguns países com a própria marca LML, com nome Star. A LML fez também suas inovações tecnológicas na PX, maculando a maravilha de décadas do monobloco da Vespa com um ensaio de quadro na parte traseira para comportar um motor 4T - maior e mais pesado, porém menos poluidor e assim adequado às crescentes exigências de redução de emissão. Se não fosse a onerosa burocracia da legalização do veículo no Brasil, seria possível para nós comprarmos a LML Star no Uruguai e atravessar a fronteira, onde são abundantes e se encontram disponíveis com três opcionais a escolha: autolube, partida elétrica e freio a disco dianteiro.
As PX da LML ganharam diferentes nomes e marcas pelo mundo: na Oceania é comercializada como Bella Donna; nos EUA é distribuída pela Genuine Scooters sob a alcunha de Stella; e na Europa é vendida em alguns países com a própria marca LML, com nome Star. A LML fez também suas inovações tecnológicas na PX, maculando a maravilha de décadas do monobloco da Vespa com um ensaio de quadro na parte traseira para comportar um motor 4T - maior e mais pesado, porém menos poluidor e assim adequado às crescentes exigências de redução de emissão. Se não fosse a onerosa burocracia da legalização do veículo no Brasil, seria possível para nós comprarmos a LML Star no Uruguai e atravessar a fronteira, onde são abundantes e se encontram disponíveis com três opcionais a escolha: autolube, partida elétrica e freio a disco dianteiro.
Dentro da Itália as vendas da LML Star vêm sendo expressivas, abocanhando uma considerável fatia de mercado da Piaggio dentro de sua própria casa. Só para ilustrar, no primeiro semestre de 2010 a LML vendeu por lá praticamente a metade do que as Vespas modernas de mesma cilindrada (125 a 150 cc). Então, segundo o site moto.it, são crescentes os rumores e evidências de que a PX voltará a ser fabricada pela própria Piaggio, com lançamento provavelmente até o fim de 2010. Não se sabe ao certo ainda qual a motorização, mas ao que tudo indica haverá uma versão tradicional 2T com câmbio manual de quatro marchas. Seria ousadia da minha parte torcer para que elas sejam também importadas para o Brasil?
Muitos foram os boatos de que a Vespa voltaria a ser montada no Brasil, uma alternativa mais do que desejada mediante os preços infames praticados pelos parcos importadores tupiniquins. Não será dessa vez, infelizmente. Justamente na loja do importador carioca, em Botafogo, vi um tempo atrás uma Piaggio Fly 50 cc de perto. Até então para mim uma das coisas mais interessantes da marca de Pontedera era a fabricação italiana, mas no caso da Fly, até o manual era em Mandarim! O vendedor ainda proferiu a promessa deles importarem também a versão 4T da Fly 150 cc, mas ela não se cumpriu.
A aritmética que se segue é simples que só ela: a Piaggio Fly é produzida na China pela Zongshen, a mesma que detém hoje no Brasil o controle da pseudo fabricante nacional de motocicletas Kasinski. Retire a empresa com mais consoantes da posição de atravessador e booom! A Kasinski montará a Piaggio Fly 150 cc no Brasil. Mais uma concorrente no já inchado segmento de scooters entre 110 e 150 cc, ignorando a reiterada carência no mercado brasileiro destes veículos na faixa dos 250 cc.
Vale frisar que essa informação está correndo a mídia especializada, mas ainda não foi anunciada oficialmente no site da Kasinski. No caderno CARRO etc do Jornal O Globo dessa última quarta-feira, dia 14/07/2010, foi publicada uma nota um pouco ambígua ao não deixar claro se a Vespa LX estaria ou não na lista da Kasinski, mas em blogs e sites está especificado que a scooter que já está em testes no Brasil é mesmo a Piaggio Fly e nada além dela.
Vale frisar que essa informação está correndo a mídia especializada, mas ainda não foi anunciada oficialmente no site da Kasinski. No caderno CARRO etc do Jornal O Globo dessa última quarta-feira, dia 14/07/2010, foi publicada uma nota um pouco ambígua ao não deixar claro se a Vespa LX estaria ou não na lista da Kasinski, mas em blogs e sites está especificado que a scooter que já está em testes no Brasil é mesmo a Piaggio Fly e nada além dela.
Para quem quer sentir um gostinho de Vespa na Fly, se prepare, pois ela não apresenta nenhuma característica específica de sua irmã clássica: possui garfo convencional na dianteira e não é monobloco de chapa estampada. Do que se pode destacar entre suas concorrentes nacionais, além do prestígio da marca Piaggio, há apenas o par de rodas de 12", interessantes para enfrentar a buraqueira. A Fly 150 cc aporta no país ainda carburada e com preço semelhante a concorrentes com injeção eletrônica, realmente terão de se valer do renome da Piaggio como diferencial.
Sonhemos em vão com uma originalmente italiana Vespa Granturismo 250ie ou, já abusando bastante, com uma GTS 300ie Super. Suspiros de resignação em lembrar-me do que foi a Motovespa do Brasil emplacando a PX200 como o segundo veículo de duas rodas mais vendido do país em 1986*...
* Vendas totais no ano de 1986, dados da Abraciclo.
* Vendas totais no ano de 1986, dados da Abraciclo.
Já conheci pessoalmente esta Bajaj Classic 1997, mas não ainda seu feliz proprietário, o Sr. Ferraro de Jundiaí - SP. No encontro do Páteo do Colégio ela esteve presente conduzida por um de seus sobrinhos, que infelizmente me falha a memória, não lembro agora o nome.
Ao vivo pude tirar a dúvida a respeito do que se trata a mangueira vermelha que recobre o cabo do velocímetro: como a suspensão dianteira da Bajaj Classic trabalha demais - o vulgo mergulho, sobretudo na frenagem - o conduíte acaba rachando e se degradando, assim a solução foi recobri-lo com algo mais rijo que não o deixa curvar-se tanto, preservando-o. A motoneta está com pouco mais de 5.000 km originais, um prazer poder ver rodar tão bem uma irmã gêmea da minha Bajaj!
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Dando uma esticada na apresentação do Messerschmitt KR200 no blog, vão aqui mais duas imagens que recebi de presente do Anderson do Lambretta Brasil. São da revista inglesa Scooter & Three Wheeler que, em abril de 1961, apresentou para os súditos da rainha o anúncio [abaixo] do KR200. Como o veículo era bastante exótico, o texto é relativamente extenso em apresentar bons argumentos de que esse Messerschmitt era o máximo pelo mínimo em termos de 3 rodas naquela ilha.
Na publicidade são ressaltadas características como a sofisticada aerodinâmica, a velocidade máxima que passa dos 100 km/h e o baixo consumo do motor 2T de 200 cc, que beirava os 37 km/l. O emblema da dianteira, com três círculos contendo a sigla F. M. R., denota que o exemplar é da segunda fase da produção, quando a Messerschmitt já tinha passado a linha de veículos de 3 rodas para a Fahrzeug und Maschinenbau, Regensburg. A empresa original licenciou para a F. M. R. o nome Messerschmitt, mas não a sua logomarca com um pássaro estilizado.
O ano é 1985, do lançamento da PX200 brasileira, fabricada pela Motovespa do Brasil. A foto acima, de autoria de Mario Bock, é parte do relevante retrospecto publicado no livro DUAS RODAS: A HISTORIA DO MOTOCICLISMO BRASILEIRO - 35 ANOS DE IMAGENS da Sisal Editora. Tenho muito interesse na publicidade de época da Motovespa do Brasil, assim é possível se ter referência ano a ano de como as nossas PX200 saíam originalmente de fábrica, mas essa é a única fonte que consegui até hoje de uma imagem do Nelson Piquet como garoto propaganda delas. Acredito que o então bicampeão tenha tido o seu nome associado ao da Vespa em decorrência da ação de marketing que a Piaggio fez na F1 em presentear com uma motoneta todo piloto que fazia a pole position. Segundo SARTI (p. 361), Nelson Piquet levou de lambuja nada menos do que nove Vespas para casa - será que ele ainda guarda alguma em seu acervo?
Fica a dúvida de em quais anos da década de 1980 e quais modelos de Vespa eram presenteados no Piaggio Vespa Pole Position Trophy. Nessa fotografia do Alain Prost recebendo o prêmio [esq.] - segundo o Vasco no GP de Zandvoort de 1984 - nota-se que é uma PK, mas ao que tudo indica a partir do ano seguinte foram sempre Vespas T5.
Referência Bibliográfica
SARTI, Giorgio. 60 Years of The Vespa. St. Paul: Motorbooks, 2006.
As scooters nem sempre se limitam ao universo das duas rodas, ao adicionar-se mais uma é ampliado o leque de diferentes usos comerciais e particulares, seja no trabalho, no transporte ou no lazer. A capacidade de carga e o abrigo da intempérie impulsionaram na Europa do pós 2ª G.M. o lançamento de microcarros de três rodas, afinal eram tempos de vacas magras, onde qualquer recurso tornou-se escasso no esforço de reconstrução do velho continente.
Piaggio Ape (Vespacar)
O grande sucesso da Vespa fez com que a Piaggio, desde o início, tentasse explorar o seu carisma em outros produtos. Até mesmo um motor de popa para pequenas embarcações foi lançado em 1949, o Moscone ("La Vespa del mare", dizia a publicidade). Se o Moscone pereceu ao longo das décadas, o primo utilitário da Vespa, o triciclo Ape, está em produção até os dias de hoje, em diferentes versões de carga e de passageiros.
Ape quer dizer abelha em italiano, remetendo a ideia de um esforçado e eficiente trabalhador, por sua vez apto a circular pelas estreitas ruas dos antigos centros europeus. Aqui no Brasil o Ape foi batizado de Vespacar, e o encontro do Páteo do Colégio contou com esse muito digno representante.
Messerschmitt KR200
Assim como a Piaggio, a alemã Messerschmitt produziu aeronaves militares durante a 2ª G.M. Os vitoriosos aliados proibiram os países do eixo de fabricar aviões, o que fez com essas empresas tivessem que buscar alternativas do que produzir e aplicar sua tecnologia. Uma saída para a Messerschmitt, que também produziu Vespas sob licença na Alemanha, foi a concepção de um microcarro bastante interessante, de nome original Kabinenroller (daí a sigla KR), com motorizações 2T que foram de 175 cc a 500 cc, e cujo modelo mais popular foi o KR 200.
Nada sei sobre o histórico da existência de unidades de KR 200 no Brasil, até então só tinha conhecimento de um exemplar que havia sido exposto no RS. Para a minha grata surpresa este evento tinha num canto o meu microcarro predileto! Com seu guidão/volante assemelhado a um manche, a cabine tipo tandem que lembra a de um caça e um design aerodinâmico singular, para o meu gosto, esse foi o grande destaque no Páteo. ADORARIA ter um desses de verdade, pois em miniatura tenho quatro na coleção.
Para quem quiser conhecer mais sobre os microcarros do pós 2ª G.M., recomendo o tour virtual do The Bruce Weiner Microcar Museum, lá há uma grande quantidade de imagens, históricos e dados técnicos destes pequenos notáveis de três e também de quatro rodas.
Para quem só estava com Vespa e Lambretta na mira, olhe só que a geração CVT também se fez presente! Duas Honda Spacy 125 de meados da década de 1990 compareceram a área interna do evento. Mas justo aí cabe uma crítica, se até as CVT de menos de vinte anos atrás estiveram entre as clássicas, aonde estavam as motonetas de fabricação nacional ISO, Moskito etc? A memória do scooterismo no Brasil peca bastante se resumir-se apenas às duas italianas mais famosas e às orientais CVT.
O scooterista é um bravo. Já no primeiro pá-pá-pá que escuto na manhã fria do Páteo do Colégio vejo esse condutor bastante sério aportar de bermuda. Pois é, rodas de 8" ou 10" fazendo frente ao que deveria ser asfalto e não é, ao trânsito bestial - onde entre brutos o de menor porte leva o ônus mais pesado-, nem o frio cortante da motoneta em movimento importa, amamos o que somos e pronto. O scooterista é mesmo um bravo.
Vamos então ao que interessa, o que de motoneta se fez presente nesse evento que atrai tanta gente e tanta coisa boa. Lembro que minhas fotos dão a impressão de um lugar vazio pois foram tiradas cedo, uma vez que um par de horas depois mal se conseguia andar de um lado a outro da exposição. Entre os que vi chegando estava uma Bajaj Classic 1997 igualzinha a minha, vinda de Jundiaí.
Se fizeram presentes as Vespas M3 e M4 e apenas uma única 150 Super.
Algumas Vespas PX também deram o ar da graça.
Mas na minha opinião o destaque vai mesmo para a participação das Lambrettas. Como era de se esperar, as Li dominaram a paisagem, em variadas combinações de cores e acessórios. A começar por essas duas em primeiro plano na foto abaixo, xodós da família do Ednar Porte.
Um par de Lambrettas Ld e um acessório de época que me chamou a atenção: o medidor de combustível da tampa do tanque.
Uma Lambretta BR reluzente e... Ôpa, mas que som esquisito é esse que vem dessa Xispa azulzinha?! Ah, tascaram um motor de motocicleta nela.
Uma correria danada, mas deu tudo certo. Cheguei no sábado a tempo de pegar a loja do Latorre ainda fechando e na parte da tarde fazer uma visita à casa dos pais do Ednar Porte para conhecer a oficina do Sr. Valdomiro. No domingo chegamos cedo no Páteo do Colégio, assim deu para escutar o ronco da maioria das motocicletas e motonetas que compareceram ao evento, embora tenha saído pouco depois das 11:00h, quando ainda chegavam participantes.
Registro aqui o meu abraço aos que tive o prazer de conhecer pessoalmente por lá, na ordem: Ednar Porte (e filho); Sr. Valdomiro; Sr. Rene de Joinville; Anderson do blog Lambretta Brasil; Ezio Barioni, grande modelista que fez os detalhes para a miniatura da nossa PX200 (que ainda está aguardando pintura); Marcio Fidelis da Scooteria Paulista; e o China, que personaliza Vespas, do blog Scooter Boys.
Registro aqui o meu abraço aos que tive o prazer de conhecer pessoalmente por lá, na ordem: Ednar Porte (e filho); Sr. Valdomiro; Sr. Rene de Joinville; Anderson do blog Lambretta Brasil; Ezio Barioni, grande modelista que fez os detalhes para a miniatura da nossa PX200 (que ainda está aguardando pintura); Marcio Fidelis da Scooteria Paulista; e o China, que personaliza Vespas, do blog Scooter Boys.
Uma amostra da oficina de restauração do Sr. Valdomiro, pai do Ednar Porte. Muito obrigado por ter nos recebido, foi uma alegria estar com todos vocês!
O Anderson acabando de chegar no Páteo do Colégio com sua Li tinindo, aprontada no dia anterior, aos 48 minutos do segundo tempo.
O grupo de amigos do Marcio Fidelis da Scooteria Paulista, cheio de estilo.
Nos próximos posts apresento um pouco mais das imagens da viagem.
Quem entende de motoneta antiga já me deu a dica: não há evento melhor na atualidade para se ver a papa fina nas Lambrettas e Vespas do que o encontro do Páteo do Colégio, que neste próximo domingo viverá a sua sétima edição. Irei com dois amigos do Rio para no sábado pegar a R. Gen. Osório com as lojas ainda abertas e no domingo ver todo o tipo de motocicletas e motonetas antigas em sua melhor forma. Nos vemos por lá!!
Seguem as informações deliberadamente copiadas do Blog Lambretta Brasil (valeu Anderson):
EVENTO
7º Encontro Moto e Cia Classic
DATA
04/07/2010 - Domingo
HORARIO
A partir das 8 hs
LOCAL
Páteo do Colégio - Centro - Sao Paulo - SP